Filho meu...
domingo, outubro 27, 2013
segunda-feira, maio 16, 2011
Brasil-Nordeste-Ceará-Fortaleza - Sua Terra
A terra que você nasceu é iluminada como o sol.
Dona de um calor instigante e de ventos reconfortantes, ela já serviu de inspiração para diversas canções, prosas, fuxicos e fofocas.
Já serviu de cenário para histórias heróicas de um povo que luta por sua dignidade e sobrevivência com a alegria de quem ama a vida.
Já virou poema na boca das moças apaixonadas que, ansiosas, ficam, na janela, esperando seu amor passar.
Seu chão é amarelo como a polpa da manga madura, e o céu multicolorido como o arco-íris que você costuma desenhar nas atividades da escola.
A chuva, às vezes, demora a aparecer, mas quando “dá as caras” traz alegria por demais da conta. As árvores ficam verdinhas, cheias de frutas e de meninos pendurados, todos de pé-no-chão, balançando seus corpinhos magricelas e cabelos assanhados.
O povo daqui é um povo diferente. Apesar de sofrer muito, sorri mais ainda. Como se as dificuldades fortalecessem a fé e o amor que eles sentem por sua existência e pela oportunidade de passar por tudo que passam.
O sol daqui é diferente. Ele abraça a gente de manhã, como se dissesse “bom dia” e nos desse energia pra enfrentar tudo que virá. De tarde, ele castiga a cuca de muita gente, enviando o calor que enfraquece alguns e dá coragem a outros.
O pôr-do-sol é algo mágico. É como se o Papai do céu pegasse a sua caixinha de lápis de cor e as tintas da mamãe, e pintasse a mais bela pintura que ele consegue imaginar. As cores bailam como se estivesses seguindo uma canção divina. Azul, vermelho, laranja, amarelo, violeta, tudo junto numa mesma harmonia, equilíbrio, perfeição.
A terra que você nasceu é bonita não só pelas praias maravilhosas, pelo mar azul e quentinho e pela multiplicidade de cultura fortemente presente no nosso dia a dia, mas pela força e beleza do povo nordestino. Pela perseverança com que todos trabalham por dias melhores. Pela esperança que existe dentro do olhar, da criança pendurada no pé de jambo até o senhor que fica, toda tarde, sentado na cadeira de balanço na calçada.
Você é e tem tudo isso. Carrega no sangue, no olhar, no corpo, na mente e no espírito essa força do povo cearense, que sorri e brinca mesmo diante dos problemas do mundo. Preserve, mantenha, trabalhe e orgulhe-se disso...
segunda-feira, maio 09, 2011
Lembra daquela musiquinha que eu cantava pra você dormir?
terça-feira, maio 03, 2011
Tem dias...
Tem dias, que toda comida da geladeira parece estar estragada. Que o cachorro no meio da sala parece ser o único ser vivo que lhe entende e que você não vai conseguir nada do que sonha. Nesses dias, o travesseiro e a cama lhe abraçam carinhosamente e seguram as suas lágrimas na colcha já usada.
Mas aí, o dia acaba. O sono embala e dissipa tudo que estava dentro da sua cabeça e do seu coração. É como se a nossa vida fosse um caderno desses que você usa no colégio. Você tem muitas folhas escritas, muitas mesmo. Mas toda vez que você decide escrever diferente, decide mudar a forma de ver o mundo, você passa a página já rabiscada e começa de novo.
Cada dia é uma página em branco e só você pode preenchê-la com vida.
quinta-feira, abril 28, 2011
Houve um tempo...
Houve um tempo, que a gente brincava na rua, conhecia o vizinho, tinha cachorro em casa, comprava fiado na bodega da esquina e fazia guerra de ciriguela no quintal. A gente cantava alto sem se importar com o que os outros iriam pensar ou dizer. Tomávamos banho de chuva deitados no batente, morávamos em casas com muro baixo e sem grades, que parecem arrancadas de alguma prisão.
Houve um tempo, que íamos para a escola na garupa da bicicleta do seu bisavô. Ele chegava em casa com uma sacola de plástico branca na mão e o cheiro bom de pastel de queijo acompanhando seus passos. Ele dava um beijo na testa e dizia “Tá pronta pra ir minha fia?”. Lembro-me de sentir o vento assanhando os cachinhos desrelados da minha cabeça. Eu chegava na escola e permanecia o dia inteiro toda descabelada. Sempre gostei do vento, os meus cabelos não.
Houve um tempo, que a gente acordava com o cheiro do café da sua avó, coado na “meia improvisada”; com o mugido das vacas do vizinho que sempre faziam sua caminhada matinal pertinho lá de casa e com um beijo doce de bom dia. Isso sempre me enchia de ânimo e disposição, que sempre eram tragados pela água gelada do chuveiro no banho da manhã. A sua avó é um anjo, sabia? Ela tem poderes mágicos de curar tudo, desde dores na barriga, machucados de quedas da bicicleta, frio de entortar a espinha e até coração partido!
Houve um tempo, que a gente viajava de madrugada, embalados pelas histórias fantásticas do seu avô sobre as estrelas e os planetas. Ele contava os causos astronômicos com tanta paixão, que durante muito tempo eu quis ser astronauta quando crescesse. Já pensou a mamãe sendo astronauta?
Houve um tempo, que eu e sua tia nos transformávamos todo dia em algo, ou alguém, diferente. Havia dias que vestíamos as roupas da sua avó e fazíamos um desfile no meio da sala de casa. Outros que construíamos mansões apenas com cadeiras e lençóis. Outros, éramos bancárias, bonecas, astronautas, cozinheiras, justiceiras, escritoras, pintoras, ou simplesmente, crianças. A brincadeira e a imaginação eram nosso estado de espírito.
Houve um tempo, que as pessoas davam bom dia, boa tarde e boa noite mesmo sem conhecer uns aos outros. Alguns saíam distribuindo sorrisos, sem motivos extraordinários e a frase ‘Eu te amo’ significava algo que não dava pra significar com palavras. Houve um tempo, que tínhamos tempo para tudo e o tempo não valia algumas moedas.
Não troque seu tempo por dinheiro, troque por satisfação, por felicidade. O seu tempo é precioso. Esse tempo é o agora, por isso se chama PRESENTE. Aproveite, pois ele é único. Porque o passado não existe mais e o futuro nunca vai chegar.